A clonagem em mamíferos têm algumas limitações que serão listadas a seguir. Para que o indíviduo progrida, o óvulo no qual foi introduzido o núcleo deve ser reimplantado em uma fêmea. Contudo, há um grande índice de rejeição ao óvulo por parte do organismo da fêmea e ele pode ser abortado. Por tanto, devem ser feitos vários implantes para que pelo menos um tenha sucesso.
Outra questão é o tamanho do feto clonado, que tende a ser maior do que a espécie normal (não clonada). Assim, o parto do animal é mais trabalhoso, sendo normalmente umacesariana. A gestação também pode ser mais complicada, gerando mais riscos para a fêmea. Um exemplo é o que ocorre com bovinos, cujos clones têm duas vezes mais o peso de um recém-nascido não clonado.
A maioria dos animais clonados se apresenta com anormalidades. Dos poucos que sobrevivem ao nascer, aproximadamente 50% destes morrem antes de atingir a puberdade.
Os defeitos congênitos em clones são constantemente observáveis. Muitos deles morrem poucas horas após o parto e os que sobrevivem, têm de conviver com anomalias ligadas principalmente ao coração, fígado e pulmões.
Uma das explicações relaciona-se com a necessidade de reprogramação –por parte do citoplasma- do núcleo inserido. Durante o processo de fertilização, o citoplasma do óvulo está “programado” para receber o espermatozóide. O mesmo não ocorre para a reprogramação de um núcleo adulto, podendo então se suceder de maneira incompleta ou defeituosa e essa assicronia pode contribuir para defeitos no feto.
As falhas passíveis de ocorrer podem se manifestar ao longo de toda a vida do ser vivo devido a ativação ou desativação de genes importantes em determinados momentos do desenvolvimento. Tais falhas são denominadas epigenéticas.
As mudanças epigenéticas podem provir também do desenvolvimento de células em cultura. Um exemplo deste tipo de mudança é a impressão na qual mamíferos em geral herdam duas cópias completas de todos os cromossomos de um genoma. Um subconjunto bem pequeno desses genes pode ser ativado ou desativado, dependendo de quem fora herdado (do pai ou da mãe). Assim, se um indivíduo provir de apenas um deles (pela clonagem) pode ser que esse subconjunto não funcione e o seja impossível o desenvolvimento normal ser. Entretanto, por uma célula conter um conjunto de cromossomos maternos e outro paternos, pode ser que a impressão se manifeste normalmente.
É interessante salientar, no caso de Dolly, que ela era praticamente uma cópia perfeita da ovelha que forneceu o núcleo mas que haviam algumas diferenças genéticas provenientes do DNA mitocondrial, uma vez que este se encontra no citoplasma e não no núcleo. Tais diferenças podem se manisfestar principalmente em áreas do corpo que demandam uma maior quantidade de energia como coração e, músculos e cérebro. Como este tipo de DNA é herdado diretamente das mães pode-se observar a existência de algumas doenças transmitidas de mãe para filhas, devido possíveis mutações no mesmo.
Deve-se saber que estes são alguns dos problemas enfrentados pela técnica. Podem haver inúmeros outros, que não foram aqui listados ou até mesmo não são conhecidos pelo especialistas. Cabe a estes últimos pesquisar e desenvolver a técnica com cautela, para que nenhum problema que possa ser descoberto seja deixado para trás, prejudicando o seu transcorrer na sociedade.
Por: Marina Machado Marques
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